Hoje vamos conhecer um pouco
mais sobre o talentoso autor Jean Ávila. Tive a oportunidade de conhecê-lo
pessoalmente na Bienal de São Paulo em 2016 e me confesso extremamente fã.
Vamos lá!
01. Quem
é Jean Ávila?
Eu costumo dizer que sou o cara
mais estranho que eu conheço, talvez pelo fato de sonhar demais com coisas
quase impossíveis e viver achando que ainda dará tempo de realizar tudo. Ás
vezes eu preciso que alguém me resgate para a realidade, em todas as outras eu
estou fugindo dela. Não disse? Vai entender...
02. Como
surgiu a capa de O ladrão de Pecados?
Tenho um amigo (Marcos Tinoco) que
sempre faz a ilustração das minhas capas, ele leu o Ladrão de
Pecados antes de começar a desenhar e simplesmente captou todo o
sentimento do livro em uma imagem.
03. O
que você pensa sobre o pré-conceito para com a literatura nacional (ainda
existe? Por quê? O que pode ser feito para resolver?)?
O preconceito existe, eu mesmo já
pratiquei bastante em se tratando de alguns gêneros. Imagino que tem
mudado aos poucos e cabe a nós autores divulgar nosso trabalho para que
as pessoas percebam como há riqueza na literatura nacional.
04. Quais
autores nacionais você mais gosta e recomenda a leitura dos livros?
Não conheço tantos contemporâneos
(falha minha a ser resolvida), sou fã de Machado de Assis, Ariano Suassuna
e Walcyr Carrasco.
05. Qual
é o seu primeiro livro? Como foi o processo de publicação?
A Droga do Paraíso. Passei um ano
esperando respostas de editoras grandes e foi um ano de muito silêncio. Acabei
por ir atrás de editoras menores e foi a melhor atitude possível. Fiquei
muito satisfeito com o resultado e tenho muito orgulho do livro.
06. Como
escolheu o tema do seu primeiro livro? Algum livro específico serviu de
inspiração para que você escrevesse o seu?
Eu estava lendo Dom Casmurro,
quando resolvi que tinha uma estória para contar que ganharia muito com a
inspiração que a leitura me causava, então foi sentar por algumas semanas
e ver nascer A Droga do Paraíso. A temática surgiu no processo de escrita, pois
eu não sabia ao certo para onde estava indo quando comecei.
07. Muitos
dizem que autor é, naturalmente, um ser humano multiuso. Acaba sendo
especialista em marketing, jornalismo, letras, literatura, enfim. Você concorda
com essa afirmação? Em meio a tantos papéis, qual o verdadeiro papel do autor
quando seu livro já está publicado?
É utópico imaginar que a editora
fará tudo para alavancar as vendas do seu livro, ainda mais se tratando de
editoras menores, onde o investimento não pode ser grande. Eu diria que
escrever um livro é apenas o começo, o processo de publicação e divulgação é
que cobra do autor o verdadeiro trabalho. É uma equação simples: esforço do
autor + editora = boas vendas.
08. Cite
seus livros e fale um pouquinho sobre cada um.
Poderia dizer que já são três, vide
que o terceiro sai ainda esse ano. Me refiro a eles como "A Trilogia da
Juventude", por tratarem de temas que se intensificam na faixa da idade
entre a adolescência e a vida adulta.
A Droga do Paraíso trata de vícios,
desde: drogas, alienação, amor, afetividade e solidão. Trata de forma
poética e melancólica sobre o quanto dói crescer para algumas pessoas e o
quanto outras, por mais adultas que sejam, nunca amadurecem realmente.
O Ladrão de Pecados é sobre culpa.
Narra a juventude de um garoto com esquizofrenia, suas angustias e problemas
com a mãe. Talvez seja meu livro mais triste, embora também tenha algumas das
mais belas passagens que já escrevi.
Febre Noturna (que será lançado
ainda em 2017) é sobre identidade. É o livro que me deu mais trabalho no
processo de escrita, justamente porque trata de uma geração posterior à minha.
A pesquisa teve de ser maior, os sentimentos mais intensos e a imersão por
vezes foi claustrofóbica. São três personagens principais, três pontos de vista
que vão se intercalando para construir a narrativa. Aqui começa meu flerte com
o realismo fantástico.
09. Onde
podemos encontrar suas obras?
Podem ser encontradas no site da
editora Ella e em lojas como Amazon e outras.
10. Cite
sua frase favorita de um dos seus livros.
"Quando eu não mais sentir
da dor, enterre-me, pois a anestesia de boa vivência é morrer eternamente. "
Febre Noturna.
Para finalizar tenho que dizer que sou apaixonada pelas capas dos livros dele.
💓💓💓
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