domingo, 21 de maio de 2017

Entrevista com Jean Ávila

Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre o talentoso autor Jean Ávila. Tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente na Bienal de São Paulo em 2016 e me confesso extremamente fã.

Vamos lá!

01. Quem é Jean Ávila?

Eu costumo dizer que sou o cara mais estranho que eu conheço, talvez pelo fato de sonhar demais com coisas quase impossíveis e viver achando que ainda dará tempo de realizar tudo. Ás vezes eu preciso que alguém me resgate para a realidade, em todas as outras eu estou fugindo dela. Não disse? Vai entender...

02. Como surgiu a capa de O ladrão de Pecados? 

Tenho um amigo (Marcos Tinoco) que sempre faz a ilustração das minhas capas, ele leu o Ladrão de Pecados antes de começar a desenhar e simplesmente captou todo o sentimento do livro em uma imagem. 


03. O que você pensa sobre o pré-conceito para com a literatura nacional (ainda existe? Por quê? O que pode ser feito para resolver?)?

O preconceito existe, eu mesmo já pratiquei bastante em se tratando de alguns gêneros. Imagino que tem mudado aos poucos e cabe a nós autores divulgar nosso trabalho para que as pessoas percebam como há riqueza na literatura nacional. 

04. Quais autores nacionais você mais gosta e recomenda a leitura dos livros?

Não conheço tantos contemporâneos (falha minha a ser resolvida), sou fã de Machado de Assis, Ariano Suassuna e Walcyr Carrasco. 

05. Qual é o seu primeiro livro? Como foi o processo de publicação?

A Droga do Paraíso. Passei um ano esperando respostas de editoras grandes e foi um ano de muito silêncio. Acabei por ir atrás de editoras menores e foi a melhor atitude possível. Fiquei muito satisfeito com o resultado e tenho muito orgulho do livro. 

06. Como escolheu o tema do seu primeiro livro? Algum livro específico serviu de inspiração para que você escrevesse o seu?

Eu estava lendo Dom Casmurro, quando resolvi que tinha uma estória para contar que ganharia muito com a inspiração que a leitura me causava, então foi sentar por algumas semanas e ver nascer A Droga do Paraíso. A temática surgiu no processo de escrita, pois eu não sabia ao certo para onde estava indo quando comecei. 

07. Muitos dizem que autor é, naturalmente, um ser humano multiuso. Acaba sendo especialista em marketing, jornalismo, letras, literatura, enfim. Você concorda com essa afirmação? Em meio a tantos papéis, qual o verdadeiro papel do autor quando seu livro já está publicado?

É utópico imaginar que a editora fará tudo para alavancar as vendas do seu livro, ainda mais se tratando de editoras menores, onde o investimento não pode ser grande. Eu diria que escrever um livro é apenas o começo, o processo de publicação e divulgação é que cobra do autor o verdadeiro trabalho. É uma equação simples: esforço do autor + editora = boas vendas. 

08. Cite seus livros e fale um pouquinho sobre cada um.


Poderia dizer que já são três, vide que o terceiro sai ainda esse ano. Me refiro a eles como "A Trilogia da Juventude", por tratarem de temas que se intensificam na faixa da idade entre a adolescência e a vida adulta. 

A Droga do Paraíso trata de vícios, desde: drogas, alienação, amor, afetividade e solidão. Trata de forma poética e melancólica sobre o quanto dói crescer para algumas pessoas e o quanto outras, por mais adultas que sejam, nunca amadurecem realmente. 

O Ladrão de Pecados é sobre culpa. Narra a juventude de um garoto com esquizofrenia, suas angustias e problemas com a mãe. Talvez seja meu livro mais triste, embora também tenha algumas das mais belas passagens que já escrevi. 

Febre Noturna (que será lançado ainda em 2017) é sobre identidade. É o livro que me deu mais trabalho no processo de escrita, justamente porque trata de uma geração posterior à minha. A pesquisa teve de ser maior, os sentimentos mais intensos e a imersão por vezes foi claustrofóbica. São três personagens principais, três pontos de vista que vão se intercalando para construir a narrativa. Aqui começa meu flerte com o realismo fantástico. 

09. Onde podemos encontrar suas obras?

Podem ser encontradas no site da editora Ella e em lojas como Amazon e outras. 

10. Cite sua frase favorita de um dos seus livros.

"Quando eu não mais sentir da dor, enterre-me, pois a anestesia de boa vivência é morrer eternamente. "


Febre Noturna.





Para finalizar tenho que dizer que sou apaixonada pelas capas dos livros dele. 










                             💓💓💓

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